quinta-feira, 2 de julho de 2009

Pedido de uma criança aos seus pais.


Não tenha medo de serem firmes comigo. Prefiro assim, isso faz com que eu me sinta mais segura.
Não me estraguem, sei que não devo ter tudo que peço, só estou experimentando vocês.
Não deixem que eu adquira maus hábitos, dependendo de vocês para saber o que é certo ou errado.
Não me corrijam com raiva nem na presença de estranhos, aprenderei muito mais se falarem comigo com calma e em particular. Não me protejam das conseqüências de erros, ás vezes eu preciso aprender pelo caminho áspero.
Não levem muito a sério as minhas pequenas dores, necessito delas para poder amadurecer.
Não sejam irritantes ao me corrigirem, se assim o fizerem, eu poderei ser o contrario do que me pedem.
Não me façam promessas que não poderão cumprir depois, lembre-se de que isso me deixa profundamente desapontado.
Não ponham a prova a minha honestidade, sou facialmente levado a fantasiar (mentir).
Não me apresente um Deus carrancudo e vingativo, isto me afastaria dele.
Não desconversem quando faço perguntas, se não me tornarei inseguro e será levado a procurar as respostas na rua todas as vezes que as tiveres em casa.
Não me mostre para mim como pessoas infalíveis, ficarei extremamente chocado quando descobrir um erro de vocês.
Não diga simplesmente que meus receios e medos são bobos, ajudem - me a compreendê-los.
Não digam que não consegue me controlar, eu me julgarei mas forte que vocês.
Não me tratem como uma pessoa sem personalidade, lembre-se de que eu tenho o meu próprio modo de ser.
Não aponte sempre os meus defeitos, principalmente, não me comparem com as outras crianças, respeitem minhas limitações e me ajudem a superá-las.
Não vivam me apontando os defeitos das pessoas que me cercam, isso irá criar em mim mais cedo ou mais tarde o espírito da intolerância.
Não desista nunca de me ensinar o bem, mesmo quando eu parecer não estar aprendendo. Insistam através do exemplo e, no futuro, vocês verão em mim o fruto daquilo que plantaram.
Postado por Amanda Mizael e Bruna Canellas.

Chapeuzinho Vermelho X Fita Verde no cabelo

Queridos internautas, o que iremos apresentar aqui trata-se de uma comparação de semelhanças e diferenças dos textos chapeuzinho vermelho, dos irmãos Grimm e fita verde no cabelo, de Guimarães Rosa.

A estória de Chapeuzinho Vermelho traz personagens variados e com características específicas como a desobediência da própria Chapeuzinho, o heroísmo do lenhador, a esperteza do lobo mau, a inocência da vovozinha. A forma com que o texto é apresentado propõe às crianças usar do mundo imaginário. Já a estória de Fita Verde no cabelo é destacada por personagens reais que vivenciam também situações reais.

A menina é uma criança normal, que, ao receber a ordem de sua mães para levar os doces a casa da vovó, tenta reviver a estória dos irmãos Grimm e acaba se decepcionando pois os lenhadores são trabalhadores, a vovó é uma velhinha doente e à beira da morte e não há nenhum lobo aterrorizador.
Embora existam estas diferenças, também podemos destacar algumas semelhanças, como, a responsabilidade das meninas em levar os doces à casa da vovó, a existência de duas opções do caminho, a chegada à casa da vovó de forma ressabiada.
Cada estória possui seus objetivos específicos. Os Irmãos Grimm, por exemplo, relaciona-se com a questão de romantismo, heroísmo, fantasia, final feliz, apesar das dificuldades; já o texto de Guimarães Rosa trata da realidade. Seu objetivo é conscientizar e relacionar a dor da morte como forma de crescimento e amadurecimento, além de destacar como desfecho da estória a morte da vovó.
É nessa perspectiva de realidade e ficção que proporcionamos aos nossos leitores oportunidades de conhecer outras versões como estas dos Irmãos Grimm e Guimarães Rosa, que além de dar asas à imaginação e à fantasia, mostram um outro lado da realidade.
Vale a pena ler os dois textos, pois mesmo focando os principais personagens como a Chapeuzinho, vovó e lobo mau, os textos acabam surpreendendo o leitor pela forma como são conduzidos, sendo de um lado a fantasia e de outro uma realidade que se torna uma lição de vida.
A partir destes estudos podemos trabalhar estes dois textos em sala de aula da seguinte forma, sugerimos dividir a turma em dois grupos e realizar a leitura, dando a cada grupo a oportunidade de elaborar possíveis finais para as estórias. O professor deve observar os pontos principais que o grupo encontrou e propor aos alunos que falem as diferenças e semelhanças entre os dois textos. Por fim, os alunos poderão dramatizar as duas estórias como uma forma interação com a leitura.

O caso "Chapeuzinho Vermelho": como "foi" divuldado na imprensa

JORNAL NACIONAL

(William Bonner): 'Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem...'.
(Fátima Bernardes): '... mas a atuação de um caçador evitou uma tragédia'.

PROGRAMA DA HEBE

(Hebe Camargo): '... que gracinha gente. Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?'

BRASIL URGENTE

(Datena): '... onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? Cadê as autoridades? ! A menina ia para a casa da vovozinha a pé! Não tem transporte público! Não tem transporte público! E foi devorada viva... Um lobo, um lobo safado. Põe na tela!! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo, não.'

REVISTA VEJA

Lula sabia das intenções do lobo.

REVISTA CLÁUDIA

Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho.

FOLHA DE S. PAULO

Legenda da foto: 'Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador'. Na matéria, box com um zoólogo explicando os hábitos dos lobos e um imenso infográfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada e depois salva pelo lenhador.

O ESTADO DE S. PAULO

Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT.

O GLOBO

Petrobrás apóia ONG do lenhador ligado ao PT que matou um lobo pra salvar menor de idade carente. AGORA Sangue e tragédia na casa da vovó

REVISTA CARAS

(Ensaio fotográfico com Chapeuzinho na semana seguinte)
Na banheira de hidromassagem, Chapeuzinho fala a CARAS: 'Até ser devorada,eu não dava valor para muitas coisas da vida. Hoje sou outra pessoa'

REVISTA ISTO É

Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente.

SUPER INTERESSANTE

Lobo mau! mito ou verdade ?

DISCOVERY CHANNEL

Vamos determinar se é possível uma pessoa ser engolida viva e sobreviver.

Vocês acham que matemática é só cálculo?


Se sim, devemos mudar essa idéia. Essa história abaixo foi reescrita com o objetivo de trabalhar a matemática de uma forma envolvente e contextualizada com a literatura infantil.


Venha se encantar com essa nova versão da história da Chapeuzinho Vermelho.
Chapeuzinho Vermelho foi levar frutas para sua vovó.

Chapeuzinho Vermelho sai de casa para levar
frutas para sua vovozinha. Pois quando a vovó
da chapeuzinho senta para comer frutas ela come:
4 morangos, 1 pêra, 1 mamão e 2 bananas.
Quantas frutas a vovó come de uma só vez?
Ao sair de casa para levar as frutas, a mamãe da chapeuzinho lhe
recomendou muito cuidado pelo caminho, pois a sua avó mora 16 km de
distância e todo o trajeto até a casa da vovó é feito pela floresta. Cansada de
tanto andar, chapeuzinho sentou-se para descansar, então percebeu que já
tinha andado apenas ¼ do trajeto, e pensou:
__ Ufa !!! Quanto falta para eu chegar à casa da minha vovó?
Lá no meio da floresta mora um lobo que adora comer frutinhas, e a sua preferida é o mamão.
Que o faz ficar com os pêlos macios e sedosos.
Na cesta que a mãe da chapeuzinho preparou ela colocou: 3
bananas, 6 morangos, 1 mamão e uma pêra.
Chapeuzinho continuou seu caminho. Andou, andou, andou....
até que foi surpreendida pela presença do lobo, ela levou o maior
susto!!! Mesmo assustada conversou com ele.
__ Seu lobo me ajude a levar esta cesta até a casa da vovó!
__ HÁ, HÁ, HÁ!!! CLARO MINHA
PRINCESA! MAS O QUE VOU GANHAR EM TROCA?
__ O que você quer seu lobo?
__ BOM! POR MIM PEGARIA TODAS AS FRUTAS, MAS COMO VOCÊ É UMA MENINA MUITO BOA, EU SÓ QUERO O MAMÃO PORQUE EU ADOOOOORO!
__ Seu lobo, eu te dou, porém preciso levar pelo menos 1/3 do mamão para minha vovó ela também adooooora!
E agora quem irá comer a maior parte?
O lobo ou a vovozinha?
O lobo aceitou a proposta e acompanhou chapeuzinho até a casa da sua vovozinha.
Ao chegar sua avó ficou muito contente! Muito ansiosa comeu todas as frutas num piscar de olhos. Ela estava com MUITA fome!
__ Hummm ... Gulosa!!!!
A vovó pediu que sua netinha voltasse correndo para buscar mais frutas. Chapeuzinho se despediu e foi andando.
__ Ande logo minha netinha!
E da próxima vez, vê se trás pelo menos duas dúzias
de morangos, meia dúzia de bananas e uns 7 mamãos.
Pois quero comer frutas por vários dias ...
__ Ufa! Vovó. Quantas frutas mesmo eu tenho que trazer?
__ Ai! Já estou cansada só de pensar.

Somente com a nossa poderosa língua coisas como essa são possíveis...

"Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor português, pintava portas, paredes, portais. Porém, pediu para parar porque preferiu pintar panfletos. Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder progredir. Posteriormente, partiu para Pirapora. Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres. Porém,pouco praticou, pois Padre Pafúncio pediu para pintar panelas, porém posteriormente pintou pratos para poder pagar promessas. Pálido, porém personalizado, preferiu partir para Portugal para pedir permissão para permanecer praticando pinturas, preferindo, portanto, Paris. Partindo para Paris, passou pelos Pirineus, pois pretendia pintá-los. Pareciam plácidos,porém, pesaroso, percebeu penhascos pedregosos, preferindo pintá-los parcialmente, pois perigosas pedras pareciam precipitar-se principalmente pelo Pico, pois pastores passavam pelas picadas para pedirem pousada, provocando provavelmente pequenas perfurações, pois, pelo passo percorriam,permanentemente, possantes potrancas. Pisando Paris, pediu permissão para pintar palácios pomposos, procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza, precisaria percorrer pontos perigosos, pestilentos, perniciosos, preferindo Pedro Paulo precatar-se. Profundas privações passou Pedro Paulo.Pensava poder prosseguir pintando, porém, pretas previsões passavam pelo pensamento, provocando profundos pesares, principalmente por pretender partir prontamente para Portugal. Povo previdente! Pensava Pedro Paulo...Preciso partir para Portugal porque pedem para prestigiar patrícios, pintando principais portos portugueses. Passando pela principal praça parisiense, partindo para Portugal, pediu para pintar pequenos pássaros pretos. Pintou, prostrou perante políticos, populares, pobres, pedintes.- Paris! Paris! - proferiu Pedro Paulo - parto, porém penso pintá-la permanentemente, pois pretendo progredir.Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais, porém, Papai Procópio partira para Província. Pedindo provisões, partiu prontamente, pois precisava pedir permissão para Papai Procópio para prosseguir praticando pinturas. Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai. Pedindo permissão, penetrou pelo portão principal. Porém, Papai Procópio puxando-o pelo pescoço proferiu:- Pediste permissão para praticar pintura, porém, praticando, pintas pior. Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia. Porque pintas porcarias?- Papai - proferiu Pedro Paulo - pinto porque permitiste, porém preferindo,poderei procurar profissão própria para poder provar perseverança, pois pretendo permanecer por Portugal.Pegando Pedro Paulo pelo pulso, penetrou pelo patamar, procurando pelos pertences, partiu prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo para praticar profissão perfeita: pedreiro! Passando pela ponte precisaram pescar para poderem prosseguir peregrinando. Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém, passando pouco prazo, pegaram pacus, piaparas, pirarucus. Partindo pela picada próxima, pois pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo Péricles primeiro. Pisando por pedras pontudas, Papai Procópio procurou Péricles, primo próximo, pedreiro profissional perfeito. Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para Péricles profissionalizar Pedro Paulo. Primeiramente Pedro Paulo pegava pedras, porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois precisava pagar pintores práticos. Particularmente Pedro Paulo preferia pintar prédios. Pereceu pintando prédios para Péricles, pois precipitou-se pelas paredes pintadas.Pobre Pedro Paulo, pereceu pintando..."Permitam-me, pois, pedir perdão pela paciência, pois pretendo parar para pensar...(autor desconhecido)

Sugestão de leitura: João Boboca ou João Sabido?






Durante o meu estágio curricular (junho/2009), na Escola Municipal Professor Paulo Freire, conheci o projeto "Quem Conta Um Conto...!", abaixo está uma sinopse de um dos livros que foi recontado por um dos alunos. Espero que gostem da sugestão!

Ana Maria


Sinopse


Maria pede para o marido João ir ao mercado trocar a vaquinha malhada por alguma coisa boa para o casal. No caminho, João troca a vaca magrinha por uma cabrita bem tratada, a cabrita por um ganso gordo e bem emplumado, o ganso por um frango gordinho, o frango por um passarinho que um dia poderia ser um bom cantor e, por fim, troca o passarinho por um saco de cocô de galinha. Quando chega ao mercado, João encontra um vizinho, também chamado João, que caçoa de suas trocas pouco inteligentes. Afoito para também tirar proveito da ingenuidade do caipira, o vizinho decide fazer uma aposta que mudaria para sempre a vida de João. João não é a pessoa mais esperta do mundo quando o assunto é comprar, vender e trocar. De coração puro e com ingenuidade saindo pelos poros, ele acredita cegamente nas pessoas e no amor ao próximo. Essas características podem ser catastróficas no mundo dos negócios, mas nesta divertida história o leitor vai perceber que aqueles que parecem bobinhos são justamente os que conhecem a verdadeira sabedoria de viver.
Sobre a autora:
PAMPLONA, ROSANE - Professora formada em Letras pela USP, Rosane Pamplona já trabalhou em várias escolas e universidades, mas hoje ganha a vida com seus livros. lecione em cursos de formação para professores e também se apresenta como contadora de histórias. Além desse livro, já lançou 'Novas histórias antigas', 'Outras novas histórias antigas' e 'A princesa que tudo sabia...menos uma coisa'.

SÍNTESE: A PROBLEMÁTICA DA RELAÇÃO COM O SABER

Trabalho apresentado à professora Juliana Handan, março de 2008
FACULDADE PITÁGORAS
Disciplina: Profissionalização do Professor da Educação Básica - PPEB
Alunas: AMANDA APARECIDA MARTINS, BRUNA CANELLAS NASCIMENTO, CRISTINA APARECIDA FERREIRA DA SILVA, FLAVIANE ROSA DE OLIVEIRA

SÍNTESE: A PROBLEMÁTICA DA RELAÇÃO COM O SABER

A questão da relação com o saber, é muito antiga e são utilizadas desde os anos 1960 e 1970. Visualizando o saber científico, levamos em consideração o corte e o obstáculo epistemológico. Estes dois conceitos bachelardianos fazem parte da relação saber de um sujeito embasado em relações diversas. Segundo J. Beillerot, a noção do saber emerge dos trabalhos dos psicanalistas e dos sociólogos e busca em torno da educação de inspiração crítica, desenvolvendo a noção de relação com o saber, através da compreensão dos problemas que estes tentam enfrentar.

O saber é muito importante, mas o desejo por ele é maior ainda. O gozo quando a pessoa tem o saber é algo muito importante, e do mesmo modo também é importante o saber para os outros. Compreender esses desejos é complicado, porque uns tem o desejo de saber tudo e outros não importam com o saber, mas muitos que nada sabem querem saber. O saber será sempre o mistério, um objetivo de desejo do qual não podemos desvendar.

Através da linguagem e a cultura, é possível estabelecer vínculo com o sistema escolar, de forma em que a escola irá se adaptar e desenvolver um trabalho sócio cultural, entendendo que tipo de aluno se situa na escola, qual é a sua história, sua construção de vida, assim pode ser observado e entendido como é o desenvolvimento deste aluno, independente de classe social.

È na escola que saberá que tipo de cidadão quer formar, e estará desenvolvendo trabalhos para o desenvolvimento de seu intelecto. A observação feita é que nem sempre o aluno de classe privilegiada se sai melhor que o aluno de classe baixa, cada aluno tem sua experiência, tem a sua própria história.

A relação do saber, do conhecimento adquirido, tem a ligação com o mundo, com as outras pessoas e com você mesmo, é um sujeito comparado com as necessidades que cada um tem deve aprender.

A relação com o saber é um conjunto das ligações com o sujeito, estabelece com o objeto, com um bom conteúdo de pensamento, e também com boas atividades, relacionando com bons resultados, buscando de alguma forma ao aprender e o saber, levando em conta a relação com a linguagem e a ligação com as atividades no mundo “em que vivemos” e sobre mundo, levando em geral as ligações com as outras pessoas, e com a gente mesmo, sabendo que ninguém, pode fazer em seu lugar, tendo dificuldades ou não somos capaz de aprender, muitas coisas em diversas situações.

BIBLIOGRAFIA

TEXTO: A problemática da relação do saber.
Autor: Bernard Charlot; Da relação com o saber; elementos para uma teoria, Porto Alegre: Artmed, 2000.

METODOLOGIA DE MARIA MONTESSORI


O método montessoriano foi concebido no início do século XX, na Itália, por Maria Montessori. Originalmente era usado para o treino de crianças portadoras de deficiências. Sua principal característica é o uso de atividades motoras e sensoriais, visando especialmente à educação pré-escolar. É um método de trabalho individual, com atividades específicas para estimular as percepções, voltado mais para o ser biológico do que para o ser social. Utiliza um material específico para a estimulação sensorial e a criança é livre para escolher o que vai usar. Sua liberdade, no entanto, restringe-se a objetos preestabelecidos, sempre os mesmos, típicos para cada gênero de atividade. Não é, evidentemente, baseado nas concepções construtivistas.

A pedagogia Montessoriana relaciona-se a normatização (consiste em harmonizar a interação de forças corporais e espirituais, corpo, inteligência e vontade). As escolas do Sistema Montessoriano são difundidas pelo mundo todo. O método Montessoriano tem por objetivo a educação da vontade e da atenção, com o qual a criança tem liberdade de escolher o material a ser utilizado, alem de proporcionar a cooperação. Os princípios fundamentais do sistema Montessori são: a atividade, a individualidade e a liberdade. enfatizando os aspectos biológicos, pois, considerando que a vida é desenvolvimento, achava que era função de educação favorecer esse desenvolvimento. Os estímulos externos formariam o espírito da criança, precisando portanto ser determinados.


Assim, na sala de aula, a criança era livre para agir sobre os objetos sujeitos a sua ação, mas estes já estavam preestabelecidos, como os conjuntos de jogos e outros materiais que desenvolveu. A pedagogia de Montessori insere-se no movimento das Escolas Novas, uma oposição aos métodos tradicionais que não respeitavam as necessidades e os mecanismos evolutivos do desenvolvimento da criança. Ocupa um papel de destaque neste movimento pelas novas técnicas que apresentou para os jardins de infância e para as primeiras séries do ensino formal. O material criado por Montessori tem papel preponderante no seu trabalho educativo pois pressupõem a compreensão das coisas a partir delas mesmas, tendo como função a estimular e desenvolver na criança, um impulso interior que se manifesta no trabalho espontâneo do intelecto.


Ela produz uma série de cinco (5) grupos de materiais didáticos:
- Exercícios Para a Vida Cotidiana;
- Material Sensorial;
- Material de Linguagem;
- Material de Matemática;
- Material de Ciência.


Estes materiais se constituem de peças sólidas de diversos tamanhos e formas: caixas para abrir, fechar e encaixar; botões para abotoar; série de cores, de tamanhos, de formas e espessuras diferentes. Coleções de superfícies de diferentes texturas e campainhas com diferentes sons.

O Material Dourado é um dos materiais criado por Maria Montessori. Este material baseia-se nas regras do sistema de numeração, inclusive para o trabalho com múltiplos, sendo confeccionado em madeira, é composto por: cubos, placas, barras e cubinhos. O cubo é formado por dez placas, a placa por dez barras e a barra por dez cubinhos. Este material é de grande importância na numeração, e facilita a aprendizagem dos algoritmos da adição, da subtração, da multiplicação e da divisão.


O Material Dourado desperta no aluno a concentração, o interesse, além de desenvolver sua inteligência e imaginação criadora, pois a criança, está sempre predisposta ao jogo. Além disso, permite o estabelecimento de relações de graduação e de proporções, e finalmente, ajuda a contar e a calcular.

O aluno usa (individualmente) os materiais a medida de sua necessidade e por ser autocorretivo faz sua auto-avaliação. Os professores são auxiliares de aprendizagem e o sistema peca pelo individualismo. Embora, hoje sua utilização é feita em grupo. No trabalho com esses materiais a concentração é um fator importante. As tarefas são precedidas por uma intensa preparação, e, quando terminam, a criança se solta, feliz com sua concentração, comunicando-se então com seus semelhantes, num processo de socialização. A livre escolha das atividades pela criança é outro aspecto fundamental para que exista a concentração e para que a atividade seja formadora e imaginativa. Essa escolha se realiza com ordem disciplina e com um relativo silêncio. O silêncio também desempenha papel preponderante. A criança fala quando o trabalho assim o exige, a professora não precisa falar alto. Pés e mãos tem grande destaque nos exercícios sensoriais( não se restringem apenas aos sentidos), fornecendo oportunidade às crianças de manipular os objetos, sendo que a coordenação se desenvolve com o movimento. Em relação à leitura e escrita, na escola montessoriana, as crianças conhecem as letras e são introduzidas na análise das palavras e letras; estando a mão treinada e reconhecendo as letras, a criança pode escrever palavras e orações inteiras. Em relação à matemática os materiais permitem o reconhecimento das formas básicas, permitem o estabelecimento de graduações e proporções, comparações, induzem a contar e calcular.

Os doze pontos do Método Montessori

Baseia-se em anos de observação da natureza da criança por parte do maior gênio da educação desde Froebel.

Demonstrou ter uma aplicabilidade universal.

Revelou que a criança pequena pode ser um amante do trabalho, do trabalho intelectual, escolhido de forma espontânea, e assim, realizado com muita alegria.

Baseia-se em uma necessidade vital para a criança que é a de aprender fazendo. Em cada etapa do crescimento mental da criança são proporcionadas atividades correspondentes com as quais se desenvolvem suas faculdades.

Ainda que ofereça à criança uma grande espontaneidade consegue capacitá-la para alcançar os mesmos níveis, ou até mesmo níveis superiores de sucesso escolar, que os alcançados sobre os sistemas antigos.

Consegue uma excelente disciplina apesar de prescindir de coerções tais como recompensas e castigos. Explica-se tal fato por tratar-se de uma disciplina que tem origem dentro da própria criança e não imposta de fora.

Baseia-se em um grande respeito pela personalidade da criança, concedendo-lhe espaço para crescer em uma independência biológica, permitindo-se à criança uma grande margem de liberdade que se constitui no fundamento de uma disciplina real.

Permite ao professor tratar cada criança individualmente em cada matéria, e assim, fazê-lo de acordo com suas necessidades individuais.

Cada criança trabalha em seu próprio ritmo.

Não necessita desenvolver o espírito de competência e a cada momento procura oferecer às crianças muitas oportunidades para ajuda mútua o que é feito com grande prazer e alegria.

Já que a criança trabalha partindo de sua livre escolha, sem coerções e sem necessidade de competir, não sente as tensões, os sentimentos de inferioridade e outras experiências capazes de deixar marcas no decorrer de sua vida.

O método Montessori se propõe a desenvolver a totalidade da personalidade da criança e não somente suas capacidades intelectuais. Preocupa-se também com as capacidades de iniciativa, de deliberação e de escolhas independentes e os componentes emocionais.

Vera Lúcia Camara F. Zacharias, mestre em educação, pedagoga, diretora de escola aposentada, com vasta experiência na área educacional em geral, palestrante, realiza assessoria e capacitação de profissionais nos mais diversos segmentos da área educacional. A italiana Maria Montessori (1870-1952) foi uma das pioneiras da educação pré-escolar e da Escola Nova. Personagem obrigatória de qualquer antologia de grandes pedagogos, ela desenvolveu sua "pedagogia científica" baseada principalmente na transposição de métodos desenvolvidos no trabalho com crianças "anormais" para o trabalho com crianças "normais".

Influenciada por Rousseau e pelo desejo de adequar a educação às possibilidades das crianças, Montessori inaugurou em 1907, em Roma, a famosa Casa dei Bambini, onde experimentou inúmeras inovações. Foi com ela que surgiram novidades tão básicas como mesas e cadeiras menores para as salas de Educação Infantil e a utilização de brinquedos educativos.

Ainda que suas posições fossem avançadíssimas para sua época, algumas das concepções de Montessori foram criticadas por educadores (entre eles, Freinet), que apontavam o risco de promover um trabalho excessivamente diretivo e isolado do contexto cultural das crianças.

E, de fato, ao consultarmos seus textos, podemos constatar que, na concepção de Montessori, cada brinquedo educativo tem uma função muito clara (por exemplo, ensinar a amarrar os sapatos, mostrar as formas geométricas, etc.) e ela chega a afirmar que até os gestos da criança devem ser guiados pela educadora caso não se conformem à função de cada objeto. Atualmente, a importância dos brinquedos e de brincar é vista de uma maneira diferente, e sabe-se também a importância dos jogos em que os brinquedos podem ser aproveitados de maneira mais livre pelas crianças, integrando-se aos seus processos de imaginação.

Centros de educação inspirados em Montessori possuem ambientes bem organizados, com inúmeras opções de atividades para as crianças. Hoje em dia, na maioria dos casos, escolas que se autodenominam montessorianas equilibram seu currículo com atividades lúdicas mais abertas que as preconizadas pela grande educadora italiana em seu trabalho pioneiro e ainda interessante para nós.



Fotos da Nossa Turma!







Dica de Leitura: A Bolsa Amarela


Quem dá a dica: Valdilene


“É um livro sobre uma menina com vontades gordas e magras.
Deram a ela uma bolsa muito grande, onde ela guardou suas vontades.”

Autora: Lygia Bojunga. Editora: Agir.

A bailarina - Textos de Cecília Meireles e de Ieda Dias

A Bailarina

Cecília Meireles

Esta menina tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
mas inclina o corpo para cá e para lá.
Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.

in Ou isto ou aquilo, Ed. Nova Fronteira

A BAILARINA


Mariana Pequenina
Vive a bailar
Meia volta
Volta e meia
Um pé no chão
Outro no ar.

Mariana bailarina
Gira e roda
Sem cessar;
Girando
Rodopiando
Virou pontinho no ar!

In: DIAS, Ieda. Cação da menina descalça. Belo Horizonte: RHJ, 1993.

Aspectos da Literatura Infantil

A Literatura Infantil vai ao encontro do imaginário da criança e a leva ao mundo dos sonhos e do encantamento. Porém, é preciso estar atento para não torná-la apenas mais um suporte com fim utilitário pedagógico. Permitir que a criança interaja com as palavras, sons e imagens que compõem o texto literário é dar a ela oportunidade de “vivenciar” a estória, desenvolvendo a criatividade a partir do pensamento infantil.

De acordo com Palo e Oliveira (2006), o processo tradicional da construção da personagem-padrão na literatura, qualifica a mesma entre sete funções específicas: herói, falso herói, agressor, doador, mandante, auxiliar, pessoa procurada. Isso faz com que a personagem tenha características humanas, projetando a estória para o fim pedagógico dito anteriormente, ou seja, que tenha algum ensinamento social e humano à criança. Já na produção literária contemporânea, segundo as autoras, existe uma ruptura com as funções tradicionais da personagem. Ocorre uma desconstrução tanto do aspecto físico quanto do psicológico da mesma, o que contraria algumas funções pré-estabelecidas na literatura infantil. Isso pode ser percebido no livro “O menino que espiava para dentro” de Ana Maria Machado em que Lucas, o personagem principal, não está ali para trazer algum ensinamento social para a criança, mas traz consigo o resgate da fantasia, do encantamento, da possibilidade de se brincar em outros reinos e de ser outros seres. Lucas até criou um amigo imaginário para lhe fazer companhia quando “espiava para dentro”. E quando isso acontecia, eles se viam cercados por fadas, duendes e gnomos.
A construção da narrativa, de acordo com Palo e Oliveira (2006), se dá a partir de um processo de comunicação entre alguém que narra (O Narrador) algo (a Intriga) para alguém (Leitor). Na literatura infantil, o foco narrativo é de duas naturezas: a verbal e a visual. Na natureza verbal, é importante destacar traços da oralidade que compõem e ganham expressão no texto escrito. Também ganha força o uso de figuras de linguagem como: metáforas, que permitem comparações, onomatopéias que, a partir dos sons, possibilita a simulação de um barulho de trem, por exemplo, dentre tantas outras que compõem a rima literária. Valendo-me do livro “O menino que espiava para dentro” exemplificarei a natureza verbal e alguns de seus traços com citações da estória: “... ele esticava a mão no meio da poeira dançarina...”; “... viu bosques de caramelo...”; “... mergulhou fundo na terra, morou em conchas redondas...”, esses são alguns exemplos de figuras de linguagens utilizadas pela autora para resgatar a fantasia e o encantamento no texto literário. Já na natureza visual, pode-se criar suspense a partir do jogo de imagens verbais ou não que, segundo Palo e Oliveira (2006), podem ser criados com diversos materiais e procedimentos técnicos de reprodução. Em “O menino que espiava para dentro” a própria capa do livro que traz a foto de um menino, supostamente o personagem Lucas, a imagem remete a um ser pensativo com o olhar distante o que, juntamente com o título, fortalece o suspense da estória.

Ao trabalhar a leitura com as crianças, principalmente no caso da literatura infantil, é importante considerar algumas estratégias que devem ser desenvolvidas com as mesmas. De acordo com as autoras, não é possível seguir uma regra imposta pelo código alfabético; é preciso estar atento para captar realidades que escapam ao controle da sucessividade linear. Cabe ao leitor articular ideias que permitam que ele “navegue” pelos componentes da literatura infantil. Compreendendo que, a partir de brincadeiras e disposições de palavras e/ou imagens feitas propositalmente pelo autor, pode-se captar realidades não explícitas, mas que estão inseridas no texto. A partir do trabalho em sala de aula com a estória “O menino que espiava para dentro”, é fundamental que os alunos se envolvam e se encantem com a mesma, possibilitando que se libertem através da fantasia tornando-se cada vez mais criativos e autônomos, capazes de construírem também suas próprias estórias.

Andréia de Fátima Silva – Aluna do 6º Período do curso de Pedagogia da Faculdade Pitágoras de Belo Horizonte/MG.

Referência Bibliográfica:
PALO, Maria José; OLIVEIRA, Maria Rosa D. Literatura infantil: voz de criança. 4ª edição. São Paulo: Ática, 2006.

Junho de 2009.

A bailarina - Chico Buarque

A BAILARINA

Chico Buarque

Procurando bem todo mundo tem pereba,
Marca de bexiga ou vacinaE tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira, verruga, nem frieira
Nem falta de maneira ela não temFutucando bem, todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem um irmão meio zarolho,
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida, nem dente com comida
Nem casaca de ferida ela não tem
Não livra ninguém,
Todo mundo tem remela quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair,gente, medo de vertigem quem não tem?
Confessando bem,
Todo mundo faz pecado, logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha, bigode de groselha
Calcinha um pouco velha ela não tem
O padre também pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem todo mundo tem pentelho
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília, goteira na vasilha
Problema na família, quem não tem?
Procurando bem...
Todo mundo tem...
Procurando bem...

Carta de Apresentação do Blog "Hora do Conto"

Belo Horizonte, 02 de Julho de maio de 2009.

Prezados Professores e Colegas dos cursos de Pedagogia e Letras,

É com muita satisfação que o convidamos a conhecer o nosso blog “ Hora do Conto”.
No nosso Blog vocês encontrarão links, vídeos, sugestões de livros e filmes, reportagens, depoimentos e assuntos gerais sobre a literatura infantil.

Todo o conteúdo que há no blog visa contribuir para a criação de hábitos na criança, para que a mesma aproxime-se de situações imaginárias. Por meio da leitura, a criança segue trilhas, lança hipóteses, experimenta e duvida, numa contínua experimentação e descoberta. Nesse movimento, ela percebe diferentes biotipos dos personagens e os ritmos das frases.

Entretanto a escola não permite que a criança faça seus próprios questionamentos e sim já lhe apresenta todas as respostas prontas embutidas com valores morais. Para que possamos mudar esse quadro de ensino e aprendizagem da literatura infantil, deve-se trabalhar com os alunos textos temáticos vinculados ao contexto social da criança, investindo na sua inteligência e sensibilidade. É necessário considerar os alunos como sujeito de sua própria aprendizagem, capaz de aprender com o texto.

A literatura infantil contribui para o imaginário da criança alimentando seus sonhos e fantasias. No livro, a criança encontra diversos personagens com aspectos físicos e psicológicos que ora aproximam-se de seu realidade, ora se afastam.

A Emília, por exemplo, é uma personagem que contribui para a construção das cenas da estória no nosso imaginário. Seus diálogos com Visconde de Sabugusa, são ricos em ironias e metáforas pois ela é irreverente, espontânea, mandona e líder nas suas atitudes. Essas características exóticas se diferem das apresentadas nos contos de fadas tradicionais: Cinderela, Branca de Neve e outros. Tais estratégias envolvem os participantes das estórias e os leitores.

A literatura infantil mediada pelas estratégias de leitura possibilita que a criança se conheça e desenvolva habilidades de realizar inferências e levantamento de hipóteses. Antes da leitura, o professor deve incentivar a criança a deduzir qual será o desfecho da estória, gerando um interesse por parte do leitor.

No decorrer da leitura o professor deve fazer questionamentos sobre características, importância, local e outros. Associações com o contexto social e outras leituras anteriores e verificações das hipóteses levantadas. Ao término a leitura, o aluno pode fazer o julgamento do que foi lido e criar continuações para a estória. Possibilitando uma leitura dinâmica através do diálogo entre o texto, o leitor e o autor.

Esperamos que o “Hora do Conto” contribua de maneira eficaz para sua prática pedagógica no processo de ensino e aprendizagem da literatura infantil.

Aguardamos sua visita!

Graduandas do 6º período de Pedagogia da Faculdade Pitágoras/2009